Forgotten Realms - o que você gosta, o que você odeia?

[Lumine Miyavi]

A verdade é que Karsus se arrependeu no momento que conjurou a magia, porque ele queria se tornar um deus, mas não ás custas de outro. Apesar de ele ter sido o criador da magia, ele não sabia que Mistra iria "morrer" no processo.

Na verdade, saber que ia morrer ele sabia, mas não sabia das consequências dos seus atos.

E depois disso, as consequências nunca mais foram as mesmas...

É Karsus: You dun goof'd.

Alias, achei! Lord of Darkness, da 3.0 explica melhor:

WHAT REALLY HAPPENED
Karsus the arcanist decided to merge with Mystryl, the Netherese deity of magic. The result was catastrophic. When his essence combined with Mystryl’s, the deity lost the ability to maintain the Weave. The goddess sacrificed herself to save the Weave before the damage became irreparable, but in so doing she temporarily obstructed the Weave, ending its connection with Faerûn. Karsus was killed by the experience, just as he had predicted, but he did not gain Mystryl’s divine power for a period long enough to wield it successfully. The wholesale cessation of magical energy sent arcane shockwaves throughout Faerûn, since all spells and wondrous items ceased to function abruptly. The survivors of this catastrophe and their descendants were responsible for the rise of the now-ruined empires of Anauria, Hlondath, and Assam, but Netheril itself was gone. Eventually, Mystryl was able to reincarnate herself and restore the Weave to its proper state, but it was too late for the people of Netheril. The folly of Karsus had done what the phaerimms had been unable to do: The Netherese Empire was no more.

The body of Karsus, made gigantic by the influx of divine energy, fell to earth as he died. It shattered, leaving a silent reminder of his folly to future wizards—a single red stone butte at the base of a high cliff in what is now the Dire Wood.

[ElPolloDiablo]

Nunca joguei Forgotten Realms. Botei a mão no livro uma vez que um amigo me emprestou, mas como disseram aqui no tópico dá muita preguiça de ler quatrocentas páginas pra ter uma noção básica do cenário... E eu não gosto muito do material de apoio do D&D. Tenho a impressão de que geralmente são livros muito voltados para as regras e não tão ricos em questão de ambientação, ideias, etc. Sem comparar estilos nem nada, Toon e Castelo Falkenstein dão noções preciosas pro Mestre que valem muito mais que as regras, na minha opinião (gosto de jogar com o mínimo de regra possível).

Os contatos mais íntimos que eu tive com o cenário foram os Baldur's e o Neverwinter. Ambos jogaços, dos quais dá pra roubar muita ideia. Baixei o primeiro Baldur achando que ia ter aquela cara de abandonware que incomoda e deixa injogável (tipo tentar zerar FF7 depois de acostumar com os gráficos de hoje) e acabei jogando um tempão e me divertindo pra caramba.

Além desses PC Games tive contato também com a trilogia Icewind Dale do Salvatore a qual recomendo - quem nunca ouviu falar em Drizzt? As capas BR ficaram muito feias em relação as gringas, acho que até por isso não deu em Best-Seller por aqui.

[Elven Paladin]

Nunca joguei Forgotten Realms.

Minhas sinceras condolências. Ou não

mas como disseram aqui no tópico dá muita preguiça de ler quatrocentas páginas pra ter uma noção básica do cenário..

De onde esse número foi tirado? Eu diria que ninguém precisa ler mais de 200 páginas ( é menos do que um livro de Crepúsculo ) para compreender o básico para mestrar em Fâerun.

E eu não gosto muito do material de apoio do D&D. Tenho a impressão de que geralmente são livros muito voltados para as regras e não tão ricos em questão de ambientação, ideias, etc.

Você está falando de livros de linhas de cenários ou dos livros gerais ( não ligados a nenhum cenário) de D&D? O que você descreve vale para a linha de livros não ligados a nenhum cenário, mas a maioria dos livros de (A)D&D ligados a cenários são consideravelmente descritivos.

[Armitage]

Bem, como valorizo originalidade e consistência interna em qualquer cenário, nem preciso dizer que acho Forgotten fraco. Cenários initeressantes pra mim são aqueles que têm um "tchan", uma idéia central que é explorada ou extrapolada de forma interessante. E não é o caso em Forgotten, que parece mais um "playground de heróis" - um ambiente que cresceu ao redor dos heróis do autor na medida que suas campanhas caseiras pedia, de forma aglutinada, como uma colcha-de-retalhos.

A título de comparação, cenários de fantasia que acho interessantes são: o Velho Mundo de Warhammer, Nova Europa de Castle Falkenstein, Barsaive de EarthDawn, Athas de Dark Sun, Tekumel de Empire of Petal Throne, Pavis e Dragon Pass de Glorantha, Scarn de Scarred Lands, A Grande Roda de Planescape, Everway e os caminhos do Construtor, Yrth de Gurps, Vilmary de Tribe 8, o Sexto Mundo de Shadowrun, etc.


P.S:
Lembrei de um cenário nacional porreta: "Neokosmos". Um em que os Titães da mitologia grega retornaram trazendo o caos, e os deuses gregos convocam a civilização grega (da era do bronze) para um novo mundo, onde será travada a batalha final contra os Titães.

Alguem lembra dele ?

[Elven Paladin]

Bem, como valorizo originalidade e consistência interna em qualquer cenário, nem preciso dizer que acho Forgotten fraco.

Eu adoraria saber onde ele é inconsistente. Poderia mostrar?

E não é o caso em Forgotten, que parece mais um "playground de heróis" - um ambiente que cresceu ao redor dos heróis do autor na medida que suas campanhas caseiras pedia, de forma aglutinada, como uma colcha-de-retalhos.

Por exemplo?

[Armitage]

Eu adoraria saber onde ele é inconsistente. Poderia mostrar

Cara, em cada canto do mundo tem um calabouço cheio de monstros e um tesouro mágico no fundo (que provavelmente já foi pilhado pelos NPCs uber-poderosos dos autores); cada canto do mapa tem uma conspiração de alguma facção uber-poderosa que quer dominar o mundo; no mundo existem ameaças, organizações, raças, culturas, etc. de todos os tipos e sabores que se pode imaginar (parece a Marvel ), fruto da ânsia dos autores por idéias mais cool possíveis sem o mínimo de preocupação com lógica ou verossimitude; e um metaplot gigantesco desenvolvido através de ficção de qualidade dúbia.

Sério. Esse cenário me cheira a um homebrew de quinta-categoria de um autor pré-adolescente, que inseria nele uma nova região/herói/monstro/NPC/ítem mágico/organização "cool" a cada novo filme "cool" da sessão da tarde que assistia, pra servir de bucha para, e justificar o quão poderosos são, seus NPCs heróicos de estimação. E no final das contas, mesmo com todos esses retalhos altamente loucos e mirabolantes, o mundo é extremamente genérico. É como uma salada-de-frutas com todas as frutas possíveis que você bate no liquidificador e, quando bebe, percebe que não tem gosto de nada.

Bleh.

[Smaug]

Espera, vc tah reclamando de um cenário de aventuras ter... aventuras?

[Madrüga]

Silva, se um cenário for criado de acordo com todas as leis da coerência, realismo histórico e verossimilhança, você concorda que os PJs não vão ter o que fazer? Aventuras vão se resumir a arrumar trabalho, arar a terra, assaltar os ricos na estrada...

[Kear]

Silva, se um cenário for criado de acordo com todas as leis da coerência, realismo histórico e verossimilhança, você concorda que os PJs não vão ter o que fazer? Aventuras vão se resumir a arrumar trabalho, arar a terra, assaltar os ricos na estrada...

Aí teria mais interpretassaum!!!!!!111!!!!!!!1!

[Elven Paladin]

Cara, em cada canto do mundo tem um calabouço cheio de monstros e um tesouro mágico no fundo (que provavelmente já foi pilhado pelos NPCs uber-poderosos dos autores); cada canto do mapa tem uma conspiração de alguma facção uber-poderosa que quer dominar o mundo; no mundo existem ameaças, organizações, raças, culturas, etc. de todos os tipos e sabores que se pode imaginar (parece a Marvel ), f

Resposta genérica, praticamente idêntica a um tópico antigo que você criou sobre Forgotten Realms a anos atrás. Eu adoraria exemplos do cenário, afinal de contas, eu presumo que você ao menos conheça superficialmente Forgotten Realms para caracterizá-lo dessa maneira, certo?

Sério. Esse cenário me cheira a um homebrew de quinta-categoria de um autor pré-adolescente, que inseria nele uma nova região/herói/monstro/NPC/ítem mágico/organização "cool" a cada novo filme "cool" da sessão da tarde que assistia, pra servir de bucha para, e justificar o quão poderosos são, seus NPCs heróicos de estimação.

E quais os NPCs de estimação do autor de Forgotten Realms ( pode ser do Ed Greenwood) ?

[Armitage]

Resposta genérica, praticamente idêntica a um tópico antigo que você criou sobre Forgotten Realms a anos atrás. Eu adoraria exemplos do cenário, afinal de contas, eu presumo que você ao menos conheça superficialmente Forgotten Realms para caracterizá-lo dessa maneira, certo?

Existe o Egito no cenário. E a grécia. E a arábia. E os aztecas. E os japoneses. E orcs, trolls, e elfos de morango, framboesa e ovomaltino, e seres cthulhescos, e beholders, e piratas, e ninjas, e demônios, e o Gandalf, e cheech & chong , e os thundercats, e um super-mega-dungeon subterrâneo, e NPCs que morrem e retornam, e.. chega.

Se é pra "valer de tudo", que seja através de uma justificativa minimamente bem bolada - que seja através do cataclisma de Yrth, ou do multiverso de Planescape (ou Everway), ou da teoria do caos de Infinite Worlds, ou das fendas de Rifts, do Awakening de Shadowrun, ou das sombras de Amber. O "vale tudo" de FR não tem nenhuma explicação. São ideias "cool" que o autor via quando era moleque e saía materlando no primeiro espaço vazio que aparecia no mapa. É como eu estar jogando uma aventura de investigação com clima-noir, e do nada aparecem Os Trapalhões na minha frente. E daí o mestre deixa escorregar do paletó o DVD dos "Saltimbancos" e admite: "É que eu assisti esse filme ontem e achei muito maneiro e.."

[Armitage]

Silva, se um cenário for criado de acordo com todas as leis da coerência, realismo histórico e verossimilhança, você concorda que os PJs não vão ter o que fazer? Aventuras vão se resumir a arrumar trabalho, arar a terra, assaltar os ricos na estrada...

Concordo. Acho que verossimitude não é bem o termo. O que eu quis dizer é que, eu preciso ver uma causalidade holística no cenário. Ou seja, se existem os egípcios, gregos e aztecas no meu cenário High-Fantasy, então isso deve-se a algum fator especial. No caso de Yrth isso é explicado através de um cataclisma dimensional ocorrido na idade média que levou várioas pessoas para uma terra de fantasia. Beleza. No caso de Planescape é um multiverso que supostamente contém todos os planos de existência. Beleza. Mas no caso de Forgotten... não existe um conceito central ligando esses elementos absurdos, cada um tem sua explicaçãozinha isolada. O cenário "não faz sentido como um todo", por isso me incomoda.

Obviamente, existem aqueles que não se incomodam nem um pouco com isso, o que é perfeitamente válido. A enorme popularidade de Forgotten está aí pra provar.

[Elven Paladin]

Existe o Egito no cenário. E a grécia. E a arábia. E os aztecas. E os japoneses. E orcs, trolls, e elfos de morango, framboesa e ovomaltino, e seres cthulhescos, e beholders, e piratas, e ninjas, e demônios, e o Gandalf, e cheech & chong , e os thundercats, e um super-mega-dungeon subterrâneo, e NPCs que morrem e retornam, e.. chega.

Eu pedi exemplos do cenário ( ou seja, qual é a "Grécia" de Faerûn? Quais NPCs morrem e retornam?) e não categorizações genéricas. Terei de fazer a pergunta novamente... ou você não conhece Forgotten Realms e apenas está se dedicando a "bashing" genérico?

[NeverSleep]

Existe o Egito no cenário. E a grécia. E a arábia. E os aztecas. E os japoneses. E orcs, trolls, e elfos de morango, framboesa e ovomaltino, e seres cthulhescos, e beholders, e piratas, e ninjas, e demônios, e o Gandalf, e cheech & chong , e os thundercats, e um super-mega-dungeon subterrâneo, e NPCs que morrem e retornam, e.. chega.

Existe o Egito no cenário. E a grécia. E a arábia. E os aztecas. E os japoneses.E piratas, e ninjas, e oficiais do FBI, e médicos legistas, e índios e grandes personalidades que encarnam algum conceito e diversas super-teorias da conspiração no mundo real (OMG!!)... ter variedade é ser ruim? Mesmo que não seja criativo, Toril não é um continente ou um plano pequeno, é um planeta.

O que mais me irrita mesmo é a falta de inovações na história do cenário, a ciência não avança, a magia avança a passos de tartaruga, reinos milenares estão lá de boa fazendo nada, nem atacando nem sendo atacados, isso tem horas que chateia.

[Armitage]

Eu pedi exemplos do cenário ( ou seja, qual é a "Grécia" de Faerûn? Quais NPCs morrem e retornam?) e não categorizações genéricas. Terei de fazer a pergunta novamente... ou você não conhece Forgotten Realms e apenas está se dedicando a "bashing" genérico?

Não sei aonde quer chegar, mas lá vai..

Todo mundo sabe (ou deveria, ja que é tão óbvio) que Chessenta é a pseudo-Grécia ( cidades-estado em constante conflito - inclusive uma pseudo-Esparta militarista, Akanax - cultura que super-valoriza a guerra e, principalmente, seus heróis. Gosta de arte como teatro e poesia e principalmente competições esportivas, com um sabor especial para lutas corpo-a-corpo, incluindo aí 2 estilos distintos: Untheric - luta greco-romana - e Pankraton - pseudo-pankration), que Mulhorand é o pseudo-egito (são os egípcios trazidos da Terra por um deus pra servirem de bucha pra suas maquinações); que Calinsham é a pseudo-espanha-moura (com direito a ancestrais míticos do plano do ar chamadas Djen, ou seja, pseudo-Djinns ), que Maztica é a pseudo-meso-américa (aztecas, incas, maias, etc.), que Kara-tur é o pseudo japão, Al-Quadim é a pseudo-arábia, etc, etc, etc.

Agora eu pergunto: qual a causa central que explica essa miscelânea de culturas pseudo-terrestres lado-a-lado de elementos tolkienescos e cthulhescos? Qual o fator central que explica esse absurdo ? Dark Sun tem uma causa central para seus absurdos; Planescape também; Ravenloft também. Qual é a de Forgotten ?

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Lendo algumas discussões pela internet afora, eu fiquei curioso pra conhecer o box da 1º edição de Forgotten (esse aqui em baixo), quando o mapa não parecia entulhado de coisa pra todos os lados, e o meta-plot não tinha se tornado uma confusão gigantesca. Alguem aqui conhece? O mundo era mais coeso/menos estapafúrdio? Havia mais lugares vazios no mapa onde eu podia criar meu reinozinho particular sem pisar no metaplot de algum autor? Dava aquela sensação de vastidão desconhecida esperando pra ser desbravada? (tipo a 1ª ed de Dark Sun? )