por Iuri em 25 Mai 2011, 14:14
Acho que nunca opinei sobre os motivos que levaram à criação do TRPG (entretanto já opinei sobre o sistema...), então deixa eu dar alguns comentários aqui:
Tormenta, como cenário, já possuía uma fanbase consolidada. Após anos de lançamentos e desenvolvimento do cenário (ok, podem chamar de "costurar mais coisas num cenário já pouco coeso", mas foi um desenvolvimento sim), aqueles que não gostavam de Tormenta dificilmente passariam a gostar. O povo que gostava, e continuou gostando depois de todos estes anos, já havia virado fã (dificilmente se ve alguém que gosta de jogar em Tormenta e não o tem como cenário predileto -muitas vezes é o único que conhece a fundo, e não podemos culpá-los por isso, já que o acesso a material de cenários internacionais é muito mais complicado-). Logo, a escolha do sistema que passaria a ser o oficial não tinha o primeiro grupo como publico alvo. Já o segundo, provavelmente jogaria em qualquer sistema que fosse adotado, mas a preferencia seria por algum sistema o mais próximo possível do d20. Este público em específico já havia dado mostras de não gostar de muita inovação mecânica, evidenciado pelo desagrado deles pela 4e. Pessoas que não conhecem tormenta? todos jogadores veteranos brasileiros já conhecem (graças a divulgação em revistas a nivel nacional), então o único alvo seriam novatos. Para eles, qualquer sistema que escolhessem jogar teriam que comprar o(s) livro(s) básico(s). Logo, estes não eram o problema.
Se você tem um publico disposto a comprar um sistema novo, que mantenha conceitos básicos da 3.X, criar um sistema próprio para o cenário parece ser a melhor escolha. Além de, obviamente, conseguirem lucros maiores do que com a publicação de um livro "Tormenta M&M" (e não há nenhum motivo para criticar os caras por isso: eles devem é ser elogiados por conseguir viver de rpg no brasil, eu queria poder fazer isso também), eles poderiam moldar o sistema a vontade de forma a impedir opções destoantes do cenário (se usassem pathfinder como base, por exemplo, jogadores apareceriam querendo jogar de classes/raças apresentadas em suplementos do sistema -e não do cenário-, o que é perfeitamente normal, mas inseriria um elemento alienigena no cenário que os autores preferem evitar). Veja bem, a função do sistema atrelado ao cenário não é moldar as opções ao fluff do mesmo (já que isso pode ser feito em um suplemento), mas sim eliminar opções que não condigam com este fluff.
Acho que eu, na posição deles, tomaria a mesma escolha. As pessoas que reclamam da escolha dificilmente jogariam o cenário, em qualquer sistema que ele se baseasse. Claro que, se eu estivesse na posição deles, eu me esforçaria em fazer um sistema funcional. Mas, de novo,sobre isso eu já falei.
CURSE YOUR SUDDEN BUT INEVITABLE BETRAYAL!!!
-- Máfia Firefly. Aqui na Spell, daqui a alguns meses! (dá tempo de rever os episódios!)