Religião - Tópico permanente.

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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor cigano em 08 Jul 2011, 18:35

Esses dias ouvi um psiquiatra conversando com uma médica, bem na minha frente, que alguns pacientes com esquizofrenia podem na verdade estar passando por um problema espiritual e por isso ele não tratava elas! Chegou a relatar, feliz ate, que um dos seus pacientes que ouvia "coisas" se tornou hoje um médium de um centro espirita.

Porra bicho, nada contra espiritas, e nem contra médicos ou psiquiatras, mas, sai da copa envergonhado por eles!
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor crudebuster em 08 Jul 2011, 19:11

Eu estou ficando cada vez mais desconfiado que quando me dizem que psiquiatria tá virando pseudociência não é sarcasmo.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor Irish Carbon em 14 Jul 2011, 00:01

Long story short:

"A Áustria concedeu a um cidadão Pastafariano (seguidor do Monstro Espaguete Voador) o direito de usar um coador de macarrão na cabeça nas fotos de seu documento de habilitação. O homem solicitou o coador baseado na lei que permite que se cubra a cabeça quando existe motivação religiosa. O pobre coitado primeiro teve que passar por um exame psicológico (provavelmente acharam que ele era maluco só por carregar um coador de macarrão, quem dirá por tentar tirar foto com esse treco na cabeça).

Fonte: http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-14135523

Tripudiem. XD
Here come the test results:
You are a horrible person.

That's what it says: A horrible person. We weren't even testing for that.


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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor Sampaio em 14 Jul 2011, 14:41

Algumas pessoas apontaram que falei de astrologia e homeopatia no meu último texto, mas abordei insuficientemente o tema, fiz um post no blog com alguns vídeos que podem esclarecer um pouco mais:

Link para o post


MODERAÇÃO: Editei o post pois o link tava quebrado. -Rub
Spell: não somos bonzinhos, somos sinceros!
http://www.spellrpg.com.br/portal/index ... &Itemid=72

Perguntem qualquer coisa lá:
http://www.formspring.me/Pedrohfsampaio
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor publicano em 15 Jul 2011, 07:01

cigano escreveu:Esses dias ouvi um psiquiatra conversando com uma médica, bem na minha frente, que alguns pacientes com esquizofrenia podem na verdade estar passando por um problema espiritual e por isso ele não tratava elas! Chegou a relatar, feliz ate, que um dos seus pacientes que ouvia "coisas" se tornou hoje um médium de um centro espirita.

Porra bicho, nada contra espiritas, e nem contra médicos ou psiquiatras, mas, sai da copa envergonhado por eles!



Antes de mais nada, não estou pregando a objetividade de qualquer realidade espiritual aqui.

Provavelmente isso aí foi tolice da parte desse psiquiatra, MAS:

1) Embora medicina não seja direito, quando um advogado não se sente confortável em defender um cliente, por razões pessoais que sejam, ele tem toda razão em se sair. Razões religiosas do advogado contam. Sempre existem outros advogados.
Acredito que a mesma ética se aplique aqui: naõ se trata de uma emergência, então se o psiquiatra é espírita e tem essa convicção, por mais equivocada que seja (e é... conheço espíritas, minha família nuclear é espírita embora eu não o seja mais, e conheço psiquiatras espíritas que jamais diriam que esquizofrenia não existe, embora admitindo a existência de "problemas espirituais" o psiquiatra espírita sério não embolaria o meio de campo e não descartaria o transtorno psicótico clássico, de origem física, da química cerebral, que é a esquizofrenia), ele poderia se recusar a tratar esquizofrênicos. By the way, a esquizofrenia é um transtorno controverso, ninguém sabe dizer precisamente o que a provoca. Eu fico mais com a explicação de DNA junk largado por vírus, durante a pré-história, e que ficou acumulado em toda a espécie humana -- algumas pessoas tÊm mais probabilidade de "despertar a doença", mas o gatilho é sempre alguma alteração das coisas durante a gravidez ou primeiro dias de vida (é , mamães, não bebam!) que se manifesta como surto na puberdade ou mais tarde.

2) Por outro lado, seria idiotice separar o paciente de questões religiosas/espirituais, a depender de sua formação. O psiquiatra que quisesse eliminar a religiosidade já existe de um paciente seria um CRIMINOSO, esse sim, não aquele que se RECUSA a tratar.
Infelizmente, na sociedade atual, um esquizofrênico está em desvantagem, e sofre muito; se estivéssemos numa sociedade "primitiva" (que não quer dizer que seja PIOR que a nossa, vejam bem), um esquizofrênico seria reconhecido como xamã (basta olhar estudos antropológicos sobre isso), seria visto como diferente na sociedade mas com o seu papel social adequado, sua função e utilidade, e está mais ou menos comprovado que rituais de iniciação xamânica de sociedades assim "abrandam" transtornos como esquizofrenia, deixando-os em "condições seguras", por assim dizer.

...

Engraçado que fui ler o primeiro post, e concordei com retirar quaisquer envoltórios religiosos do estado que deve ser leigo e secular, como crucifixos de repartições, etc. Mas mover uma cruzada, porque isto sria cruzada, contra a religião é totalmente inútil, e um desrespeito à liberdade de expressão, equiparando-se á ação de fanáticos religiosos.

Nosso cérebro TENDE a crer, a maioria dos ateus são formados por dissonância cognitiva, ou então por formação em família de ateus. É algo inerente, culpem a biologia se quiserem. E vejam, embora naõ seja uma religião, o ateísmo É UMA CRENÇA. O que não é crença é agnosticismo.

Outro dia vi um cara discutindo na net que, assim como a escravidão "acabou" no mundo, também as religiões poderiam "acabar". Impossível por duas razões: 1a) a escravidão é bem menos imediatamente consequente da estrutura cerebral humana do que a religiosidade; 2a) a escravidão foi proibida (levada por razões econômicas) por força do ESTADO, não por uma tendência natural. Quem gostaria que o Estado proibísse religião? As merdas que aconteceram na URSS não já provam a imbecilidade disso (e olha que simpatizo com comunismo)? E se o Estado proíbe religião, ele tem prerrogativa e precedente pra impedir todas as outras liberdades pessoais... como por exemplo idiota, jogar RPG, já que estamos num fórum de RPG :haha:
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor Assumar em 15 Jul 2011, 09:39

publicano: Outro dia vi um cara discutindo na net que, assim como a escravidão "acabou" no mundo, também as religiões poderiam "acabar". Impossível por duas razões: 1a) a escravidão é bem menos imediatamente consequente da estrutura cerebral humana do que a religiosidade; 2a) a escravidão foi proibida (levada por razões econômicas) por força do ESTADO, não por uma tendência natural.


A escravidão não acabou no mundo. Ela pode ter passado à condição de ilegal, mas não acabou.
“A instrução não torna o homem melhor, e sim mais eficaz. O homem instruído, se seu coração é mal concebido, se ele transborda ódio, será ainda mais malfeitor.” (Jacques Sémelin)
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor publicano em 15 Jul 2011, 11:22

Assumar escreveu:
publicano: Outro dia vi um cara discutindo na net que, assim como a escravidão "acabou" no mundo, também as religiões poderiam "acabar". Impossível por duas razões: 1a) a escravidão é bem menos imediatamente consequente da estrutura cerebral humana do que a religiosidade; 2a) a escravidão foi proibida (levada por razões econômicas) por força do ESTADO, não por uma tendência natural.


A escravidão não acabou no mundo. Ela pode ter passado à condição de ilegal, mas não acabou.


Acabou de forma legal, por assim dizer, se tornou muito menos comum (ou se transformou em exploração capitalista :b ).

Por outro lado proibir religiões nem de longe diminuiria o número de "devotos" como diminuiu o número de "escravos". O fenômeno da escravidão é muito mais emergente, muito menos básico, do que o da religião, é esse meu argumento.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor ferdineidos em 15 Jul 2011, 11:49

publicano escreveu:Por outro lado proibir religiões nem de longe diminuiria o número de "devotos" como diminuiu o número de "escravos". O fenômeno da escravidão é muito mais emergente, muito menos básico, do que o da religião, é esse meu argumento.


Na verdade a escravidão sempre é imposta. Ninguém se auto-escraviza-se a si próprio (não no sentido de escravidão debatido aqui).

A religião - quando não imposta - é uma escolha pessoal.

publicano escreveu:1) Embora medicina não seja direito, quando um advogado não se sente confortável em defender um cliente, por razões pessoais que sejam, ele tem toda razão em se sair. Razões religiosas do advogado contam. Sempre existem outros advogados.
Acredito que a mesma ética se aplique aqui: naõ se trata de uma emergência, então se o psiquiatra é espírita e tem essa convicção, por mais equivocada que seja (e é... conheço espíritas, minha família nuclear é espírita embora eu não o seja mais, e conheço psiquiatras espíritas que jamais diriam que esquizofrenia não existe, embora admitindo a existência de "problemas espirituais" o psiquiatra espírita sério não embolaria o meio de campo e não descartaria o transtorno psicótico clássico, de origem física, da química cerebral, que é a esquizofrenia), ele poderia se recusar a tratar esquizofrênicos. By the way, a esquizofrenia é um transtorno controverso, ninguém sabe dizer precisamente o que a provoca. Eu fico mais com a explicação de DNA junk largado por vírus, durante a pré-história, e que ficou acumulado em toda a espécie humana -- algumas pessoas tÊm mais probabilidade de "despertar a doença", mas o gatilho é sempre alguma alteração das coisas durante a gravidez ou primeiro dias de vida (é , mamães, não bebam!) que se manifesta como surto na puberdade ou mais tarde.

2) Por outro lado, seria idiotice separar o paciente de questões religiosas/espirituais, a depender de sua formação. O psiquiatra que quisesse eliminar a religiosidade já existe de um paciente seria um CRIMINOSO, esse sim, não aquele que se RECUSA a tratar.
Infelizmente, na sociedade atual, um esquizofrênico está em desvantagem, e sofre muito; se estivéssemos numa sociedade "primitiva" (que não quer dizer que seja PIOR que a nossa, vejam bem), um esquizofrênico seria reconhecido como xamã (basta olhar estudos antropológicos sobre isso), seria visto como diferente na sociedade mas com o seu papel social adequado, sua função e utilidade, e está mais ou menos comprovado que rituais de iniciação xamânica de sociedades assim "abrandam" transtornos como esquizofrenia, deixando-os em "condições seguras", por assim dizer.


Aqui você tá confundindo tudo.

Um psicólogo tem uma técnica e uma "ciência" própria. O cara que não tratar esquizofrênico por que acredita que ouvir outras vozes não é doença está indo contra TUDO que a profissão dele prega. É completamente diferente do caso do advogado. O advogado se recusa a defender alguém por ordem de cunho pessoal, isso não quer dizer que ele não acredita no direito ao contraditório ou no direito à ampla defesa.

publicano escreveu:Engraçado que fui ler o primeiro post, e concordei com retirar quaisquer envoltórios religiosos do estado que deve ser leigo e secular, como crucifixos de repartições, etc. Mas mover uma cruzada, porque isto sria cruzada, contra a religião é totalmente inútil, e um desrespeito à liberdade de expressão, equiparando-se á ação de fanáticos religiosos.


Liberdade de crença (liberdade de expressão em estrito senso é manifestação de ideias) é o Juiz usar crucifixo, é ter um santinho ou bíblia na mesa dele. Um Tribunal ter um crucifixo diz claramente que um órgão que representa o Estado é cristão, de novo são duas coisas diferentes.

E veja bem, não é uma cruzada contra a religião, mas sim sobre um típico específico de religião. Neste país não existem só cristãos, existem ainda judeus, espíritas, umbandistas, ateus, agnósticos, etc. Não pode uma repartição pública representar apenas uma parte da população ou uma "cruzada" contra alguns símbolos de uma parcela das religiões praticadas no Brasil ser caracterizada como uma cruzada contra "a religião".

Editado: editei uma frase lá em cima que tava sem pé nem cabeça
"Entre todas as tiranias, a tirania exercida para o bem de suas vítimas é a mais opressiva.Talvez seja melhor viver sob o olhar de nobres usurpadores do que de intrometidos moralistas onipotentes."
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor publicano em 15 Jul 2011, 13:20

Acho que vou me embananar na formatação, mas vamulá :mrgreen:

ferdineidos escreveu:
publicano escreveu:Por outro lado proibir religiões nem de longe diminuiria o número de "devotos" como diminuiu o número de "escravos". O fenômeno da escravidão é muito mais emergente, muito menos básico, do que o da religião, é esse meu argumento.


Na verdade a escravidão sempre é imposta. Ninguém se auto-escraviza-se a si próprio (não no sentido de escravidão debatido aqui).

A religião - quando não imposta - é uma escolha pessoal.


expressei-me mal, que tal assim, diminuir o número de escravagistas e donos de escravo, os escravos existem por causa deles.


ferdineidos escreveu:
publicano escreveu:1) Embora medicina não seja direito, quando um advogado não se sente confortável em defender um cliente, por razões pessoais que sejam, ele tem toda razão em se sair. Razões religiosas do advogado contam. Sempre existem outros advogados.
Acredito que a mesma ética se aplique aqui: naõ se trata de uma emergência, então se o psiquiatra é espírita e tem essa convicção, por mais equivocada que seja (e é... conheço espíritas, minha família nuclear é espírita embora eu não o seja mais, e conheço psiquiatras espíritas que jamais diriam que esquizofrenia não existe, embora admitindo a existência de "problemas espirituais" o psiquiatra espírita sério não embolaria o meio de campo e não descartaria o transtorno psicótico clássico, de origem física, da química cerebral, que é a esquizofrenia), ele poderia se recusar a tratar esquizofrênicos. By the way, a esquizofrenia é um transtorno controverso, ninguém sabe dizer precisamente o que a provoca. Eu fico mais com a explicação de DNA junk largado por vírus, durante a pré-história, e que ficou acumulado em toda a espécie humana -- algumas pessoas tÊm mais probabilidade de "despertar a doença", mas o gatilho é sempre alguma alteração das coisas durante a gravidez ou primeiro dias de vida (é , mamães, não bebam!) que se manifesta como surto na puberdade ou mais tarde.

2) Por outro lado, seria idiotice separar o paciente de questões religiosas/espirituais, a depender de sua formação. O psiquiatra que quisesse eliminar a religiosidade já existe de um paciente seria um CRIMINOSO, esse sim, não aquele que se RECUSA a tratar.
Infelizmente, na sociedade atual, um esquizofrênico está em desvantagem, e sofre muito; se estivéssemos numa sociedade "primitiva" (que não quer dizer que seja PIOR que a nossa, vejam bem), um esquizofrênico seria reconhecido como xamã (basta olhar estudos antropológicos sobre isso), seria visto como diferente na sociedade mas com o seu papel social adequado, sua função e utilidade, e está mais ou menos comprovado que rituais de iniciação xamânica de sociedades assim "abrandam" transtornos como esquizofrenia, deixando-os em "condições seguras", por assim dizer.


Aqui você tá confundindo tudo.

Um psicólogo tem uma técnica e uma "ciência" própria. O cara que não tratar esquizofrênico por que acredita que ouvir outras vozes não é doença está indo contra TUDO que a profissão dele prega. É completamente diferente do caso do advogado. O advogado se recusa a defender alguém por ordem de cunho pessoal, isso não quer dizer que ele não acredita no direito ao contraditório ou no direito à ampla defesa.


O que a profissão dele prega? Homossexualidade era doença, décadas atrás. Seria um psicólogo (melhor dizer psiquiatra, já que é este que deve tratar o esquizo, o psicólogo no máximo apoiará com terapia) obrigado a tratar um homossexual, se vivesse nessa época?
Entende meu argumento? É uma questão de definição, que o profissional de saúde não é obrigado aceitar, SALVO SE for um profissional de saúde PÚBLICA. Aí fudeu, tem que "agir de acordo com o livro".

ferdineidos escreveu:
publicano escreveu:Engraçado que fui ler o primeiro post, e concordei com retirar quaisquer envoltórios religiosos do estado que deve ser leigo e secular, como crucifixos de repartições, etc. Mas mover uma cruzada, porque isto sria cruzada, contra a religião é totalmente inútil, e um desrespeito à liberdade de expressão, equiparando-se á ação de fanáticos religiosos.


Liberdade de crença (liberdade de expressão em estrito senso é manifestação de ideias) é o Juiz usar crucifixo, é ter um santinho ou bíblia na mesa dele. Um Tribunal ter um crucifixo diz claramente que um órgão que representa o Estado é cristão, de novo são duas coisas diferentes.

E veja bem, não é uma cruzada contra a religião, mas sim sobre um típico específico de religião. Neste país não existem só cristãos, existem ainda judeus, espíritas, umbandistas, ateus, agnósticos, etc. Não pode uma repartição pública representar apenas uma parte da população ou uma "cruzada" contra alguns símbolos de uma parcela das religiões praticadas no Brasil ser caracterizada como uma cruzada contra "a religião".


Sim, eu não condenei o juiz ter crucifixo, nem sequer bíblia na mesa dele. Falei só da repartição, e tb vc pode incluir aí o tribunal como similar...

citei crucifixo também por ser mais comum, podia ser uam estrela-de-davi ou ponto de umbanda, whataver.

E nessas atitudes também englobo bancadas no legislativo, movidas por uma religião ou grupo agregado de religiões, que embargam leis e geram leis de acordo com os interesses expressos de sua religião.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor ferdineidos em 18 Jul 2011, 13:31

publicano escreveu:O que a profissão dele prega? Homossexualidade era doença, décadas atrás. Seria um psicólogo (melhor dizer psiquiatra, já que é este que deve tratar o esquizo, o psicólogo no máximo apoiará com terapia) obrigado a tratar um homossexual, se vivesse nessa época?
Entende meu argumento? É uma questão de definição, que o profissional de saúde não é obrigado aceitar, SALVO SE for um profissional de saúde PÚBLICA. Aí fudeu, tem que "agir de acordo com o livro".


Bom, estamos falando de esquizofrenia e dos tempos atuais, então seu exemplo não tem nexo.

No caso que o Cigano trouxe um psiquiatra se recusa a tratar esquizofrênicos. Isso é uma ofensa à ética de sua profissão, simples assim.

publicano escreveu:Sim, eu não condenei o juiz ter crucifixo, nem sequer bíblia na mesa dele. Falei só da repartição, e tb vc pode incluir aí o tribunal como similar...

citei crucifixo também por ser mais comum, podia ser uam estrela-de-davi ou ponto de umbanda, whataver.


Não entendi o que você quer dizer aqui. Quer dizer que o crucifixo em uma repartição deve ser tirado ou não?

No post anterior, do qual originou minha resposta, você colocou isso:
publicano escreveu:Engraçado que fui ler o primeiro post, e concordei com retirar quaisquer envoltórios religiosos do estado que deve ser leigo e secular, como crucifixos de repartições, etc. Mas mover uma cruzada, porque isto sria cruzada, contra a religião é totalmente inútil, e um desrespeito à liberdade de expressão, equiparando-se á ação de fanáticos religiosos.


Aqui você diz expressamente que lutar para tirar esse símbolos religiosos de repartições seria inútil, além de ser um desrespeito à liberdade de expressão.

Eu te corrigir e disse que a liberdade de "expressão" aqui só se restringe a demonstração pessoal do funcionário (juiz com crucifixo, escrivão com bíblia sobre sua mesa, etc.) e que um crucifixo em um tribunal NÃO poderia ser tolerado.

E vamos falar sério, eu não posso atestar que100% seja assim, mas em todas, TODAS as repartições públicas que eu fui até hoje que tem um símbolo religioso, esse símbolo é uma cruz.

publicano escreveu:E nessas atitudes também englobo bancadas no legislativo, movidas por uma religião ou grupo agregado de religiões, que embargam leis e geram leis de acordo com os interesses expressos de sua religião.


Aqui eu tenho que dizer uma coisa. Deputado (e vereador) é eleito pelo povo para representá-lo, se essa parcela que o elegeu é evangélica, ele tem sim que defender o ponto de vista deles. Essa é a sua função. Aqui não vejo nada de errado no Bolsonaro falando as merdas que ele fala, no Crivela quando era deputado votando contra aborto, etc. Eles tão ali pra representar aquela parcela da população que os colocou ali seja com coisas que eu concorde, seja com coisas que eu não concorde.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor publicano em 18 Jul 2011, 15:51

Se esse seu princípio estiver correto, então a religião majoritária num país sempre deveria influenciar as leis. Isso é totalmente contra a definição de estado leigo. Na prática, essas coisas como bloqueio de bancada evangélica acontecem, mas isso me parece um lobby tão escroto quanto lobby de cigarro nos EUA, lobby de empresas automobolísticas, lobby de corporações que causam mal ao meio-ambiente, etc.

Clarificando o que eu falei: na mesa pessoal de um funcionário público, normal ele ter cruz e bíblia que for. Exposto na parede da repartição, é errado, por mais que seja 100% comum como vc mencionou.

E quanto ao exemplo da homossexualidade, eu citei a definição psiquiátrica anterior. O "certo" naquela época era considerar um homossexual um doente. Se um psiquiatra, NAQUELE PARADIGMA, NAQUELA ÉPOCA, alegasse ser contra essa definição e se recusasse a tratar um homossexual que fosse levado ao médico pelos pais, então ele estaria "indo contra a ética da profissão"?

É esse meu questionamento.

E o que eu argumentei é que, salvo médico de saúde pública, e casos emergenciais, o médico poderia sim se recusar a tratar um paciente, a meu ver, e dane-se Hipócrates. Não é como se fosse um doutor se recusando a operar um tumor.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor banned_guardian em 18 Jul 2011, 17:56

Isso é totalmente contra a definição de estado leigo.


Laico. Faça a correção ali. ;)

Meu adendo: Médico não pode deixar de prestar socorro não. O próprio Código de Ética deles impede. Agora a recusa a realização de "determinado procedimento X" ele pode sim e recomendar pro paciente quem o faça.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor publicano em 18 Jul 2011, 18:25

banned_guardian escreveu:
Isso é totalmente contra a definição de estado leigo.


Laico. Faça a correção ali. ;)

Meu adendo: Médico não pode deixar de prestar socorro não. O próprio Código de Ética deles impede. Agora a recusa a realização de "determinado procedimento X" ele pode sim e recomendar pro paciente quem o faça.



Correto nos dois casos, no primeiro, é que eu estou com isso desde o ano passado, parece uma dislexia tardia, não sei o que é, não foi erro de digitação obviamente. Foi mal, estado laico. Estado leigo... rsrsrsrsrs leigo neste contexto poderia ser um religioso que não é sacerdote, rsrs eu quase apoiei sem querer um estado teocrático manipulado por sacerdotes fora das posições administrativas oficiais.

No segundo, foi isso o que eu quis dizer, mesmo, recusar realização de procedimento específico. Não estamos falando de esquizofrênicos surtando e precisando de uma injeção de antipsicótico pra sossegar, e sim um psiquiatra que é procurado pra dar tratamento contínuo.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor banned_guardian em 19 Jul 2011, 08:38

A saúde pública do nosso país é surpreendente. Surpreendentemente horrível.
Aqui na minha cidade, medicação que deveria tar disponível no SUS, de graça para a população, não é cedida. Pior, essa população carente tem que entrar com pedido judicial pra receber medicação que já foi determinada como grátis pelo SUS.
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Re: Religião - Tópico permanente.

Mensagempor publicano em 19 Jul 2011, 09:25

banned_guardian escreveu:A saúde pública do nosso país é surpreendente. Surpreendentemente horrível.
Aqui na minha cidade, medicação que deveria tar disponível no SUS, de graça para a população, não é cedida. Pior, essa população carente tem que entrar com pedido judicial pra receber medicação que já foi determinada como grátis pelo SUS.


E como nossa justiça é notoriamente lenta... :parede:
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