Senhor dos Anéis: o filme, revisitado

[oculto]

Ah, ter um filho/filha e nomeá-lo usando um dos idiomas artificias do mesmo também é um passo muito importante

Se eu der uma ideia dessas para minha mulher, receberei um olhar fulminente de retorno... no mínimo, mas confesso que já tinha pensado nisso.

[Lumine Miyavi]

Momento vergonha alheia. Afinal, o que é o filho apanhar na escola todos os dias durante uns anos por ter um nome estranho, né?

- Phillip

[Elven Paladin]

Momento vergonha alheia. Afinal, o que é o filho apanhar na escola todos os dias durante uns anos por ter um nome estranho, né?

Isso aqui é mais um problema das crianças/escola/mundo/natureza humana/yadda yadda do que do nome propriamente dito.

E eu consigo entender a atração que os idiomas élficos tem nos fãs, afinal eles foram feitos para soar da forma mais agradável e "sobre-mundana" possível para um ouvinte (assim como a Língua Negra de Mordor foi feita para soar desagradável, grosseira).

[arghsupremo]

Tom Bombardil não faz falta nenhuma. Enfim, adoro os filmes!

[Madrüga]

Acho legal que o Silva tenha sentido falta de drama (...). Os conflitos épicos são de outra natureza, e eu acho que eles estão até bem representados, como o destino de Aragorn, o fardo que é carregar o Um Anel, ao mesmo tempo em que é tarefa mais necessária de todas, a hýbris de Boromir ser ligada ao seu amor à Gondor, entre outras.

Eu andei pensando até em escrever sobre isso partindo daquela declaração do próprio Tolkien na introdução do livro: "o livro é curto demais".

O que ele fez é uma narrativa obviamente épica: eu nem lembro mais QUEM disse isso (e aí seria parte da pesquisa e não vou googlar agora), mas era algo sobre os épicos se dividem entre os erga (os feitos, as lutas) e o nóstos (o retorno). Daí, por exemplo, a "Ilíada" é parte dos erga e a "Odisseia" representa o nóstos, sendo a "Eneida" um misto dos dois, até por ser posterior (e já escrita, por exemplo).

A gente limpa a gordura (SdA não foi escrito em hexâmetro dactílico por razões mais do que óbvias, digamos) e aí você para pra pensar que os épicos também lidam com o destino de um povo, geralmente sendo o protagonista a epítome desse povo.

Ora, SdA não só tem feitos, lutas e retorno (ou uma grande viagem, inicialmente), mas uma série de protagonistas (ou deuteragonistas?) que representam seus respectivos povos: Aragorn representando a humanidade, Gimli os anões, Legolas os elfos, Sam e Frodo os hobbits, Gandalf aqueles caras ancestrais, etc.

Então pensando que você tem aí uns cinco núcleos, no mínimo, de "destino de um povo" condensados em uma mesma jornada, com feitos e lutas, o livro é pequeno demais. É claro que é lugar-comum acusar as descrições de longas e tediosas, mas até que eu, na última vez que li o livro, não achei nada de outro mundo. Óbvio que o épico se caracteriza pelo uso de epítetos (como mecanismos mnemônicos irrelevantes numa obra escrita, mas ainda presentes) e não de descrições detalhadas de plantas, mas aí pensamos num Tolkien britânico que, bom inglês que é, adora uma jardinagem.

E assim por diante. É claro que não escrevi aí um grande argumento, isso é um fluxo de consciência, mas é só uma complementação aí ao Emil. E um pedido para ver se alguém LEMBRA dessas conceituações de épico.

[Armitage]

Emil e Madruga: desculpem se não consigo dar continuidade à deixa de vocês. Eu sou praticamente leigo em literatura e não entendi porra nenhuma do que escreveram. Mas por favor, continuem que a coisa está interessante.

E pra não perder a viagem: To cada vez mais curioso pra conhecer a obra de Tolkien. O que vocês sugerem ? Eu comecei a ler o Hobbit a muito tempo atrás, e parei logo no começo. Seria legal recomeçar pelo Hobbit ? E existem edições específicas que vocês recomendam dos livros ? (ouvi dizer que tem uma edição ilustradas do SdA muito interessante). Obrigado!

[banned_guardian]

não entendi porra nenhuma do que escreveram

[2].
Eu recomendo que leia primeiro o Silmarillion. E afaste-se de edições ilustradas, foram feitas para moleques de 10 anos.

[Russel]

Silva, eu recomendo que você leia nessa ordem: Silmarillion, O Hobbit, O senhor dos anéis

[Iuri]

Eu recomendaria deixar o silmarillion por último. É o melhor para entender a mitologia da terra média, mas não há nada aí que seja necessário para entender a história dos outros dois, e a leitura é meio pesada, cheia de detalhes chatos (odeio arvores genealógicas)

[Cebolituz]

Gostei bastante dos filmes e gosto dos livros. Não ligo para os detalhes deixados de fora e apenas me diverti vendo um bom filme de ação de fantasia medieval com cenários legais.

Mesma coisa os livros. Cortando apenas as cantorias, o monte de detalhes nunca me incomodou.

[Armitage]

Valeu as dicas até aqui, galera.

Uma dúvida: os contos são legais por si só? O autor escreve bem ? Digo, a obra de Tolkien continua se garantingo por si só nos dias de hoje, ou seu valor é mais como um marco literário ou coisa assim? Pergunto pois quero ler algo que me agrade mesmo, não to nem aí pra história da literatura. Exemplo: adoro Orwell, Saramago e Bernard Cornwell, mas não ligo muito pra Kafka (apesar de não ter lido O Processo ainda, parei no Metamorfose), por mais "peso literário" que esse ultimo tenha.

[Russel]

Valeu as dicas até aqui, galera.

Uma dúvida: os contos são legais por si só? O autor escreve bem ? Digo, a obra de Tolkien continua se garantindo por si só nos dias de hoje, ou seu valor é mais como um marco literário ou coisa assim?

na minha opinião sim, os livros de Tolkien são muito bons (pelo menos os que eu li)

como eu disse: antes de assistir aos filmes de o senhor dos anéis eu nunca havia nem ouvido falar em Tolkien. só depois que eu fui procurar pelos livros dele e acabei gostando

[Elven Paladin]

Apenas para reforçar:

Leia na ordem que foram escritos: O Hobbit e Senhor dos Anéis. Se gostar mesmo de Senhor dos Anéis, pule para o que saiu escrito ou editado pelo Cristopher Tolkien, como Unfinished Tales (Contos Inacabados), Silmarillion (especialmente esse livro, ele é a base tanto para Unfinished Tales quanto para Filhos de Húrin) e Filhos de Húrin (que saiu recentemente).

Porque começar com o Hobbit? É um livro muito mais interessante. Como foi escrito como uma história de dormir para os filhos, O Hobbit é muito mais leve e ativo do que Senhor dos Anéis, e a história contada aqui é a base para os eventos posteriores de Senhor dos Anéis - que é muito diferente em forma de escrita e temática do que Hobbit. Eu imagino que deve ser muito estranho ler Senhor dos Anéis antes do que O Hobbit, já que metade do primeiro livro basicamente é "O que aconteceu com os personagens de O Hobbit depois que se separaram de Bilbo".

[Kasuya]

Reitero o que o Elven Paladin disse:

Eu li primeiro a Sociedade do Anel e o começo ficou beeem confuso, comparado a uma pessoa que leu primeiro O Hobbit.

Quanto ao filme, pra mim, a trilogia, foi uma das melhores adaptações de livros holywoodanas. #ProntoFalei

Eu enxergo também um equilíbrio entre fidelidade e infidelidade quanto ao livro. De fato, a Sociedade do Anel (em comparação com os outros 2) é um filme meio arrastado mas, ora bolas, e o livro também não o é em comparação com os outros dois?

Enquanto que a sequência entercala entre momentos arrastados e ação, a Sociedade do Anel é praticamente só "arrastamento". Frodo passa um século (figurado) pra sair daquele Condado , outro século com o Tom Bombadil enchendo a paciência, outro século em Bri, outro século em Valfenda pra só depois começar a ação propriamente dita (embora tenhamos umas açõezinhas volta e meia nesse meio termo).

Então reclamar que o filme é arrastado, pra mim, é o mesmo que nada. Estranho seria se não fosse.

Mesmo assim gostei do filme. Gostei do fato dele não ter virado um musical (como o livro quase tenta forçar) enfim....

É um bom filme. A versão estendida é ainda melhor.

[Frost]

Mesma coisa os livros. Cortando apenas as cantorias, o monte de detalhes nunca me incomodou.

Realmente.