Tybert: Isso é uma prova práitca de que a religião errada não é inerentemente nociva. Esse é o meu ponto, discutir a nocividade inerente decorrente da falsa interpretação da realidade, sacou?
Quanto ao exemplo ser a minha mãe, você tem toda razão...hehehehe...
Lune escreveu:acreditar em Deus, rezar pra ele e mesmo assim batalhar pelo que se quer, assumir seus erros e suas falhas, e, quando alcançar o sucesso se sentir satisfeito com isso, é uma fuga tão grande assim da realidade?
Mas você não descreveu uma religião. Adicione a esses seus ingredientes algo como "acreditar que um ser humano morreu e ressucitou" ou "acreditar que os maus serão punidos no dia do Juízo" e aí a gente conversa. E esses exemplos são sim uma fuga substancialmente grande da realidade, assumindo que estejam errados.
Para fins de argumento, eu também preciso dizer que só acreditar que há um homem de barba branca no céu que escuta as suas preces já é uma negação suficientemente grave da realidade (novamente, assumindo que ele não exista). Se fosse qualquer outra coisa, como acreditar que alienígenas escutam nossos pensamentos, já seria o suficiente para um diagnóstico clínico.
Bom, descrevi um ponto de uma religião, coloquei que o fato de se acreditar em Deus esteja no pacote o "acreditar que um ser humano morreu e ressucitou" e "acreditar que os maus serão punidos no dia do Juízo", me expressei de forma incompleta e peço desculpas por isso. Mas o fato é: essa religião não tornou essa pessoa pior, menos consciente, mais conformada com as mazelas da vida, não necessariamente. Acho que a religião pode ter essa forma quando atinge ignorantes, assim como qualquer forma que se possa controlar a massa, mas daí vejo um problema na ignorância, não da religiosidade em si.
Quanto ao ponto de negação da realidade. O que você ainda não analisou da minha teoria é que todos, em todos os momentos temos uma visão torta da realidade, pq imprimimos em nossa compreensão nossas caracterísitcas e influências pessoais. Assim, temos que toda ação que praticada é, em algum grau, baseada em fatos deturpados por nós mesmos.
Um exemplo disso é aquela namorada ciumenta. Tudo para ela é uma "vagabunda que tava te dando mole" ou "que você estava arrastando asa praquela sirigaita". Isso é um caso onde a visão subjetiva da pessoa causa efetivos danos aos seus relacionamentos, pra mim esse tipo de comportamento seria uma negação da realidade bem nociva. Outro exemplo seria: Você no trabalho é cumprimentado por um indivíduo de quem você não gosta, pra você, ele tá te cumprimentando por falsidade mesmo, ele é daqueles bem metidinhos e arrogantes e tá falando contigo só pra fazer uma média com o pessoal do escritório. Para outra pessoa que vê o fato e sabe que tu não gosta do cara pode muito bem pensar:"pô, o fulaninho tá tentando ser simpático com ele...legal". Enquanto que na realidade, o cara te cumprimentou mais por reflexo do que qqer outra coisa, nem percebeu, na hora, com quem falava. Só aí eu coloquei duas hipóteses onde existe uma "negação da realidade", mas, em ambos os casos, não há uma nocividade aparente na coisa, a não ser que tu, por causa do cumprimento, peça demissão ou mate o cara. Entendeu, pra mim é o fato concreto atrelado à "visão errônea" que é nocivo, pelo que eu entendi pra você é o fato por si só, e não suas consequências, daí, acho, a nossa discussão.
Enfim, o caso da religião é a esse, ela pode não necessariamente influenciar negativamente você (te tornar um cara comformado/ influenciável/ suicida), como também não necessariamente influenciar positivamente (te tornar alguém menos rancoroso/ mais caridoso/ etc).
Pra finalizar (sim, ainda tem mais) sei que estas influências positivas e negativas descritas aí em cima podem ser alcançadas de outra forma, mas elas também podem ser alcançadas através da religião.
"Entre todas as tiranias, a tirania exercida para o bem de suas vítimas é a mais opressiva.Talvez seja melhor viver sob o olhar de nobres usurpadores do que de intrometidos moralistas onipotentes."