Olha, Emil, de boa, a questão das divindades/rubis do poder/Szzaass que estamos discutindo aqui tem tanta validade quanto qualquer outro ponto negativo de Tormenta para ser discutido. Se você não gosta, só tenha calma que o assunto acaba mudando, oras! Se eu quiser discutir sobre isso aqui, o que me impede? Você? Porque? Porque não gosta?
Emil escreveu:Vocês querem dizer, não tinha motivo nenhum para não destruir os rubis fora o fato de os deuses perderem os seus poderes.
Exceto que isso foi "ret-con-ado", e eles cortaram as ligações com os rubis, pelo que eu entendi do que foi postado aqui.
Tirando a dependência das divindades sobre os rubis da virtude, modifica as razões completamente. Se os rubis não eram necessários para a existência das divindades, eles só serviram como um meio infalível para Szzass(-Tam) retornar, novamente tornando a história de "punição por algo terrível" falsa.
E que eles deveriam destruir o Paladino, intervindo diretamente no continente como não faziam há milênios (ou 600 anos), só porque ele perigava ascender ao panteão também? E aproveitar que eles desceram até Arton e de quebra passar o rodo nas divindades menores, assim ninguém mais ameaçava o poder deles?
Não. Mas que, no mínimo, seus servos mortais talvez deveriam ter feito algo? Se Lisandra e cia podem interagir com os rubis, sendo subprodutos da criação dos deuses (e portanto sendo interações indiretas de divindades que são conceitos extremos e abstratos com repreentações humanoides, confiando na informação que o Lumine postou anteriormente), então os servos dos deuses que fossem pesquisar um pouquinho sobre uma gema que está sendo oferecida como prêmio em uma cidade poderiam descobrir algo E agir sobre isso, mesmo que os deuses mesmos tivessem jurado não interferir.
O povo tá reclamando que o Khalmyr puniu o Sszzass retirando boa parte do poder dele mas deixando a possibilidade de o cara voltar pelos seus próprios méritos ao panteão... Como se isso não fosse um leitmotiff recorrente em estórias de fantasia e aventuras. [...] Buuuhuhuhu, mas o Sszzass não aprendeu nada no processo... Ótimo, essa é a moral da trama, um escorpião será sempre um escorpião, e eles se dão bem no final. E azar o seu que vocês não gostam, azar de vocês que, além de viverem num mundo em que a justiça é porca, têm que ler sobre um mundo em que o Deus da justiça é burro. Tá certo, olha só!
Eu, pelo menos não estou questionando a possibilidade da divindade retornar à sua posição anterior. Eu estou questionando os motivos pelo qual essa punição específica foi utilizada sendo que ela seria desfeita dando-se tempo, concomitantemente com o fato de que o ser que deu tal castigo deveria seguir seu portfolio de JUSTIÇA. Na justiça, a pena é dada para reparar o dano, servir de exemplo e/ou redimir o detrator. Nenhum desses foi alcançado, tornando uma das ex-divindades supremas do cenário, que deveria ser uma representação humanoide do conceito abstrato de justiça (e não uma divindade humana que tem como uma de suas características ser justo) inútil.
O que aprendemos aqui, então?
Que o conceito de justiça de Arton (que, no cenário, existe fisicamente representado como um ser humanóide, ou seja, é mais do que uma mera idéia) é desvirtuado e falho. Por isso, minha observação anterior de que Khalmyr não pode ser um deus de justiça, mas sim de leis!
Porra, até o Conde de Montecristo aproveitou esse tropo! (Nobre tem tudo. Nobre é traído pelos amigos e perde tudo. Nobre usa seus próprios méritos e um pouco de Deus Ex Machina para construir uma outra fortuna e retornar ao seu lugar de direito, passando o pau na boca de todo mundo no processo).
Conde de Montecristo não foi jogado na prisão por seus detratores com uma frase "ok, se você tentar fugir, a gente não interfere", na esperança de que ele não fugisse. Eles assumiram que ele não fugiria. Acredite, se os inimigos dele soubessem que ele tinha fugido, teriam feito algo para já impedí-lo antes de se reconstruir. Não procede esse argumento comparativo.
O deus ser imperfeito não é defeito. Atena era deusa da Sabedoria e ela mandava descer o cascudo! Zeus era o soberano, responsável por mandar no Olimpo, mas o cara não parava lá, tava sempre pegando uma menininha diferente. Mas como todo mundo aqui assistia cavaleiros do zodíaco e nasceu na metade de cá do mundo, a gente acha que mitologia é chique. Eu não duvido que se fosse o Cassaro que tivesse escrito, tinham uns dois ou três reclamando que o rei onipotente dos Deuses é um adúltero obtuso que nem é tão onipotente assim, que absurdo! E ELE ANDA PELADO!!!
Outro ponto comparativo que não se sustêm. Atena não é A SABEDORIA, como as divindades de Arton são os seus conceitos. A mesma coisa se aplica à Zeus, ele não é O GOVERNO. Eles são os patronos destes.
E mais... considerando que as divindades de Arton são os próprios conceitos, eles deveriam saber o que eles mesmo são. Khalmy estaria indo contra sua própria essência agindo de uma maneira que não servisse à justiça, e a inocuidade da pena É um desserviço à justiça.
Alías, não só são conceitos manifestos, como tem habilidades e conhecimentos enormes (representados por +200 em bônus de atributos)... e eles não utilizam esse potencial todo? +200 Int e Sab só são usados para ganhar bônus em perícias e testes de resistência? Você me dirá que eles não sabiam que Szzass IRIA traí-los, sabendo que o próprio conceito de Szzass é a traição (e que, portanto, o pedido de não-interferência tinha motivos ulteriores)? Alías, PORQUE eles concederam essa cláusula, sendo que eles tinham o Szzass sob controle? Quando você é um juiz, você não "pechincha" com o criminoso, você dá a sentença e o cara tem que engolir, pô! Conceder uma clásula dessas para um ser que eles sabem ser inteligente, sábio e traiçoeiro é NOVAMENTE um desserviço à justiça, e à própria essência de Khalmyr!