Estou entrando no tópico só agora, e confesso, não li todas as páginas, só as primeiras e algumas partes. Mas percebi o rumo que o debate está levando.
Sobre o artigo: Brilhante. Ótimo artigo. Pelo pouco que sei do Shido, não morro de amores por ele, mas e daí? Já vi artigos ruins do mesmo autor, outros razoáveis, uns bacanas e esse foi ótimo. Mas que me importa quem escreveu? Fiquei abismado com alguns dos comentários que vi aqui. Minto. Com vários. Me espanta ver a spell falhando miseravelmente em ler algo sem trazer à tona rinhas pessoais, sem interpretar o que lê.
KearO texto parece bom, mas acho que esse negócio de Roleplay Vs. Game é perda de tempo.
O artigo/resenha/whatever não é sobre isso. Apenas constata que o rpg normalmente visto por aí não traduz literalmente 'jogo de interpretação de papéis'. Não desmerece, por causa disso, esse estilo de jogo(que eu adoro). Apenas se questiona se não haveriam outras abordagens mais afins com esse objetivo, de interpretação.
Eu estudo game design, tenho provas dessa matéria. E o artigo aponta de forma muito interessante sobre diversos aspectos de design, e tem meus aplausos. Está correto.
O artigo não vem mostrar que 'veja, esses rpgs com rollplay estão errados'. Talvez o shido tenha no fundo vontade de justificar outra vez essa posição dele, mas isso são interpretações e interpretações. O texto em sí não aponta nada disso. E dane-se as preferências pessoais do autor. O texto (ao menos a primeira parte, não encontrei uma segunda) faz uma análise bem precisa, sinceramente.
A questão não é se esse jogo está errado. Apenas mostra que o rpg mais comumente conhecido e jogado se importou menos em minuciar uma parte(como elementos de jogo), ao invés de outra, simplesmente porque é um jogo híbrido e tem toda uma carga hereditária de wargames. E isso é ruim? De modo algum! Eu adoro regras, pensar em combos e etc. Mas de fato, a lógica final desses jogos é tática e algo mais, acompanhados de uma boa trama movendo todas as ações. A tática sim um dos pontos centrais. É apenas um tipo de jogo. Nenhum tipo é melhor que outro, são apenas variedades. Cada uma trazendo uma experiência diferente. Adoro diversos jogos eletrônicos, mais xadrez, baralho e etc. Cada um me traz uma experiência distinta. Dentro do rpg temos muito mais variedades, já exploradas e possíveis. A questão levantada diz justamente de uma dessas variedades. Outra proposta.
No caso, produzir um sistema/regras que coloque como prioridade interpretação e aplique o conceito explorado(jogo, regras) a ele. Nada demais ali. Já existem jogos assim.
Se misturar essas regras com os jogos que já temos funciona? Talvez. Provavelmente, não. É tentar forçar uma coisa distinta em outra. Deixe eles fazerem bem o que se propõem a fazer, que é muito divertido. Para uma diferente abordagem, um diferente jogo. Não há problema nenhum nisso.
LumineUma "mecânica" ruim de roleplay serve apenas para ser ignorada; quem quer interpretar mesmo não vai ficar preso em regras.
Olhando pelo aspecto dos jogos que temos(com hibridismo com wargames), de fato. Deve ser ignorada. Agora, um jogo onde a proposta seja te desafiar e recompensar pela interpretação, é outra coisa. Jogo prevê desafio. Um jogo que desafie esse aspecto, ou o recompense, é apenas um jogo diferente. Quem quer interpretar mesmo, só por interpretar, faz teatro.
Matheus BorgesMas nem todo mundo tem essa veia artísticas. Existem tímidos, gagos e introvertidos e isso não necessariamente deveria ser motivo pra pessoa não aproveitar a experiência do jogo completamente.
Isso seria mais uma coisa a ser pensada no desenvolvimento de um bom sistema para interpretação de papéis(focado apenas nisso). Enfim, um jogo que falhe nisso e exija veio artístico seria um mal jogo, ao meu ver. Nada que regras que também permitam ao jogador expor as idéias sem ter de atuá-las. Enfim, interpretar é diferente de atuar, embora sejam coisas relacionadas. Atuar é demonstrar uma interpretação. Eu posso apenas descrevê-la. E o sistema pode muito bem intervir nos pontos que o personagem é qualificado e o jogador não, mesmo que sejam de aspectos sociais. Interpretar não se resume a questões sociais e diplomacia, isso é mentalidade injetada já por causa dos sistemas que estamos habituados. Decidir o que o personagem faria naquela cena, o que mais corresponde ao personagem, o que o motiva e leva a trama adiante... isso tudo é interpretá-lo.
NeversleepAh! Esse Shido! Por que ele não vai logo jogar uns freeforms de fórum logo daqueles que você pode ser o que quiser e fazer o que deseja já que as regras só servem pra atrapalhar?
GGWAté hoje, de tudo que li do Shido, este artigo...
é exatamente como os outros.
O Shido parece uma relíquia perdida, aqueles jogadores de Vampiro que acham que Interpretação > Tudo, e Regra de Ouro é a melhor coisa já inventada. E que não aceita qualquer opinião em contrário.
Talvez seja. Sinceramente, não me importo. Que tem isso haver com o debate? Em nenhum momento vi desfeita ao estilo de jogo com tática e nada dizendo 'interpretação e trama apenas rulez'. Nem mesmo ode ao storyteller(ing). Se por detrás das palavras, nem mesmo nas entrelinhas, há um autor que pense assim... que isso importa? O tema do artigo, o que ele diz, não é sobre isso. Tão pouco o tópico aqui criado.
Neversleepb. A grande maioria dos projetos de RPG tradicionais, apesar de serem chamados de RPG, são jogos de alguma outra coisa (geralmente combate tático) com interpretação acoplada — e não integrada — com maior e menor grau de sucesso.
Derp. Ou seja, as regras devem DEFINIR meu personagem COMPLETAMENTE, pois elas estão INTEGRADAS. Não eu que devo criar (ACOPLAR) uma personalidade e dar vida ao meu conjunto de números num papel.
Onde isso foi dito? Você que está assumindo que a única forma de fazer um sistema que trabalhe mecanicamente com interpretação, as regule, seria assim.
GGW
O pior é a babação de ovo. No mesmo blog que tem >9000 fichas de Tormenta.
Concordo. Ridícula. Mas novamente, esse é um tópico sobre regras e interpretação, não sobre nossas amores e desamores por uma pessoa.
LockeO que fode é que todo mundo começa a ler os artigos dele já com ranço "esse é o poser malvado que não gosta de dnd", aí ficam incapazes de perceber que novas idéias podem sim ajudar.
Valeu lock! Concordo, e mais que tudo sei pessoalmente como é horrível ser taxado e sequer interpretado pelo mesmo motivo 'malvado que não gosta de d&d'(não gosta sendo um forte eufemismo no meu caso).
Então a minha proposta é: vamos debater de fato sobre regras+interpretação? Enfim, descascar sobre uma pessoa e debater se D&D 4E foge do escopo de rpg não me parece on topic.
Meu resumo final:
Jogos de rpg típicos levam pouco em consideração a interpretação como elementos de seu design. O que não quer dizer que as ignora. Nem que estão errados. É uma forma de jogo, que acho divertida inclusive. Creio que enfiar regras de interpretação num jogo desses falhe, afinal, o jogo já tem todo um corpo complexo e recompensas de uma outra natureza. Mas e num jogo sem esse enfoque? Acham que ainda assim não funciona? Não seria viável? Como? Enfim, vamos voltar ao tópico.