Ric.freitas escreveu:Aqui uma dúvida bem pertinente. Há realmente alguma regra na 3.5 ou na 4.0 que afirme que o jogador deve interpretar/representar ao fazer uma jogada? Eu não li nada que afirme que ele não pode simplesmente fazer uma jogada.
Não creio que você vai achar isso expressamente em sistema nenhum Ric e nem o oposto. A idéia básica é que se trata de um Role Playing Game, ou seja um jogo de interpretação de papeis, se o jogador não interpretar ele basicamente não está jogando o jogo.
BTW, eu considero mandatória interpretação. Representação é puramente opcional. Elas são coisas completamente diferentes.
Imaginemos uma situação que o jogador tente fazer uma ação sem interpretar.
Escalando um muro - A interpretação estaria em dizer que ele está escalando o muro.
Intimidando uma pessoa - A interpretação está em dizer de que forma está intimidando o outro, usando uma faca, ameaçando com palavras, ameaçando um refém, etc.
Blefar - A interpretação passar por contar uma mentira.
As pessoas confundem muito interpretar com representar. No momento que você delineia como você vai tomar uma ação você já está interpretando. O problema cai só nas perícias sociais em que por algum motivo você colocou na cabeça que o jogador pode simplesmente chegar para o mestre e dizer eu intimido o NPC e fazer uma rolagem. Ok, você intimida com o que? Como? Por que? Se você simplesmente diz que vai fazer uma coisa não quer dizer que esteja fazendo. Seria o equivalente a escalar uma parede lisa de 90 graus, se você disser para mim que simplesmente escala essa parede e quer fazer a rolagem eu vou lhe dizer que você fracassa na mesma hora, isso porque a penalidade para tal ação é tão alta que ninguém conseguiria. Porém todos já temos a clara noção de que isso é o que iria acontecer, e por isso tentamos facilitar a ação colocando uma corda por exemplo. Ao colocar a corda e tentar escalar a parede você representou. O mesmo vale para a intimidação, se você fala para o mestre, eu intimido o NPC eu vou rolar esta ação. Ou seja, você parou do lado do NPC e perguntou: "E ai garotão? Você se sente intimidado?" Por consequências eu vou aplicar todas as penalidades que eu considerar justas pela completa ausência de qualquer coisa que faça o NPC se sentir intimidado.
Lembre-se de nunca permitir que pessoas que façam faculdade de artes cênicas joguem RPGs que exigem representação de personagens...
Eles sempre irão ganhar mais pontos de experiência que todo mundo...
XP não deve ser dado por representação, mas não há mal em dar XP por uma interpretação fora do normal. Se você interpreta seu personagem de forma a resolver os conflitos apresentados no jogo e algumas vezes isso tem destaque é importante recompensar tais ações na minha opnião. Outra coisa que eu acho importante é recompensar os jogadores quando eles agem contra seus instintos pessoais e incorporam a figura do personagem que eles criaram. Por exemplo, um jogador que cria um personagem fanfarrão e que passa o tempo inteiro se contendo sem agir conforme sua natureza não merece premiação, porém se esse mesmo personagem em uma situação que sua fanfarronice claramente fosse lhe trazer problemas age conforme sua personalidade eu acho que é justo uma recompensa de XP.
Anyway, estamos desviando um bocado do assunto principal e mesmo assim estamos circundando ele. Esta questão toda persiste pois ao que me parece o sistema ignora a existência de perícias de qualquer espécie.