Ronassic escreveu:Eu acho que sistema nenhum pode te forçar a interpretar personagens como eles quiserem, eles podem te dar algumas dicas de interpretação, mas você dá a roupagem que quiser, sempre é claro respeitando a ambientação feita pelo mestre, não rola ficar falando gírias atuais em jogos medievais, isso é algo que até me irrita, mas acho desnecessário exagerar ao ponto de ficar falando "Vós.." e coisas do tipo, só se o grupo achar bacana.
Aí já cai nas preferências pessoais de cada grupo, mas eu pessoalmente acho isso bobo e desnecessário. Gírias são propícias a nossa comunicação e a menos que as cenas sejam em proporção de diálogo 1:1, assumo que o PERSONAGEM usa uma expressão similar no contexto. Isso me poupa muitos problemas em mesa.
Perceba a diferença entre interpretar e representar. Se eu, como jogador estou
interpretando meu personagem e digo
"Aí eu chego no cara e tipo, tento convencer ele com papo mole, suborno e tal." é uma ação completamente válida, compatível com um
"Ó nobre mercador, tu sabes que tuas mercadorias são as melhores devido a teu tino pelos negócios e teu bom gosto, então faço um apelo a ti.", só que o segundo é exagerado.
Se estivesse
representando, a primeira seria completamente inválida, enquanto que a segunda seria UMA possível / provável alternativa, a mesma que "
Então, meu senhor, como você é um homem de bom gosto, estou com algo aqui para te oferecer". O sucesso delas não
deveria depender da sua
representação se o jogo tiver uma mecânica social, e sim do argumento proposto via
interpretação e da capacidade do PERSONAGEM em convencer, não do jogador.
Essa distinção é importante, porque se como mestre você recompensa o rebuscamento e ignora rolagens, faz com que duas coisas aconteçam: jogadores introvertidos fiquem completamente proibidos de jogarem com personagens com pericias sociais (e eu já joguei / mestrei com / para jogadores muito tímidos) e que pericias sociais são inúteis, porque um jogador com boa lábia não precisa testar e vai sempre passar.
Eu sou contra forçar o jogador a agir de qualquer forma; se na ficha está "
cara legal" mas ele "
age como babaca" de forma constante e deliberada, eu vou tratá-lo para propósitos mecânicos e etc como
"age como babaca", seja isso mudança de tendência ou outras mudanças; nunca declarei em voz alta "você está prestes a perder sua tendência" a um jogador, e pelo menos comigo sempre funcionou.
Por exemplo, um jogador que "
interprete" um paladino (nos casos que isso representa um código de honra cavalheiresco, é claro) usando método de interrogatório Jack Bauer e combatendo como BOPE sem respeitar os inocentes, porque "estavam na frente" e não entender porque ele perde seu status é simplesmente sem noção. Se o jogador reservar seus métodos apenas contra aqueles de ideologia oposta, eu sequer marcaria qualquer diferença na ficha; ser bondoso não é sinal de ser legal ou mesmo confiável, coisa que mestres esquecem.
E adivinha? Old Dragon aparentemente não tem essa mecânica de apoio para situações sociais. Ditadura dos extrovertidos? :p